II COE - IV Desafio
Texto vencedor por Marianne:


Esta cidade adormece quente. É Agosto e há turistas por todo o lado. Deambulámos sem rumo durante horas, eu imersa em mapas que não consegui entender. Brincas comigo por causa dos mapas que insisto em traduzir e que nunca nos levaram a lugar nenhum. Desistimos e voltamos ao hotel, um sítio simples no centro da cidade. Anoiteceu devagar. No horizonte há ainda um tom diáfano que relembra o dia que agora se acaba. Subimos pela escada em silêncio. Subo à tua frente. Sobressalto-me com a tua mão na minha perna, não um toque casual e sim um impulso forte. Impedes-me de avançar para o degrau seguinte. Obrigas-me a ficar de frente para ti, a parede nas minhas costas. Encostas-te a mim e sinto-te duro, voraz. Beijas-me sôfrego, como se quisesses engolir-me sem perder tempo. Percorres o meu corpo com as tuas mãos e, entre beijos, sussurras-me ao ouvido “quero-te agora”. Olho em redor e não se vê ninguém. O hotel está silencioso, os restantes ocupantes certamente perdidos entre jantares pela cidade. Não resisto ao sabor dos teus beijos, esse gatilho armadilhado que sempre foi o meu carrasco. Já me esqueci de onde estou e não quero saber de nada. Desces devagar, a tua lingua pelas minhas pernas vestidas com uns calções cúmplices. Sentes-me quente, a tremer. A minha respiração acelera à medida que a tua língua arrisca círculos dentro de mim. Não precisarás de me despir, bastará que sejas ágil a manobrar tecido. Sei que és. Quando me sentes vir pela primeira vez abrandas, dás-me um segundo para que recupere e operas uma ágil troca de posições. Agora sou eu, dona e senhora de ti, que habitas duro a minha boca. Sei o que tenho a fazer e provo-te que aprendi a lição. Não deixo que te venhas porque quero guardar o momento para partilharmos a dois. Viras-me de costas para ti, sinto a parede quente no meu peito. Agarras-me o cabelo sem meiguice e penetras-me sem cerimónias. Danças dentro de mim num ritmo feroz. Ouves-me calar orgasmos e pedes que me venha para ti. Faço-te a vontade uma e outra vez, enquanto tu te demoras até explodir.
Acordo sobressaltada. O relógio diz-me que é demasiado cedo para me levantar. O meu corpo diz-me que precisa do teu agora, fora de sonhos e fantasias. Acordas duro dentro da minha boca. Fazes-me vir mais uma vez.